“Brincar, estudar, viver...trabalhar só quando crescer”. Esse foi o tema da caminhada promovida em Lauro de Freitas para fortalecer a luta do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. Alunos e gestores de dez escolas participaram da ação organizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania (SEMDESC).
Na Bahia, o uso da força de trabalho infantil reduziu em 78% de 2008 a 2015, segundo dados da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE-BA), mas ainda há 71,7 mil crianças trabalhando no Estado conforme indica Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
A caminhada saiu da Escola Municipal Dois de Julho, em Itinga, e seguiu embalados por palavras de ordem e paródias musicais até o Largo do Caranguejo. Antes da caminhada os alunos da rede fizeram apresentações musicais e de dança. Além das ações de conscientização, o município atua na fiscalização, combatendo o trabalho infantil.
A Secretária Huldaci Santana, da SEMDESC, disse que a exploração infantil é uma triste realidade mundial. “A criança está em uma situação de desenvolvimento peculiar e pela Constituição Federal e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem direto ao lazer, educação, saúde e esporte e isso tem que ser garantido. Esse papel não pode se limitar ao poder público. A sociedade, a família, a comunidade tem que ser parceira nesse processo. Temos que garantir a cidadania plena infanto-juvenil. A caminhada é a primeira ação de muitas que serão executadas”.
Educadora e mãe, Maria Auxiliadora dos Santos destacou que “ações como essa são necessárias para conscientizar as pessoas e principalmente as crianças que muitas vezes não sabem o direito que têm”. De acordo com o ECA, o trabalho só é permitido para menores de 14 anos na condição de aprendiz.
O secretário de Juventude Felipe Novaes ressaltou a importância das ações de conscientização. “Precisamos firmar essa luta e temos que desenvolver alternativas como esporte, lazer e cultura e oferecer outros caminhos às crianças. Estamos juntos nessa caminhada por um futuro melhor”.
Profissionais do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), secretários e vereadores acompanharam a caminhada, além de representantes das Aldeias Infantis SOS e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
No Brasil o número de crianças entre cinco e sete anos que estão trabalhando corresponde a 5% da população do país de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cerca de 60% dessas crianças estão nas regiões Norte e Nordeste.
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