Uma das 200 estudantes nigerianas de Chibok, sequestradas pelo Boko Haram, negou-se a ser libertada em uma troca de prisioneiros com o grupo extremista nigeriano, declarando que está bem e casada, anunciou um porta-voz da presidência.
A fonte afirmou que há várias semanas estão sendo realizadas discussões com o grupo radical a fim de libertar as 83 adolescentes. Por fim, 82 se beneficiaram do acordo.
O porta-voz da presidência explicou que uma das estudantes disse não à própria libertação. “Estou bem onde estou. Estou casada”, afirmou.
Depois desta nova libertação – 21 delas foram trocadas em outubro de 2016, 3 foram achadas pelo exército e 57 conseguiram escapar -, 113 continuam em mãos do grupo radical.
As adolescentes fazem parte das 276 meninas que foram sequestradas em sua escola secundária de Chibok (nordeste) em 2014, o que causou uma onda de indignação internacional.
As meninas de Chibok se tornaram um símbolo das milhares de pessoas que continuam detidas pelo Boko Haram, que utiliza os sequestros em massa para recrutar combatentes.
As Nações Unidas comemoraram a libertação das estudantes e pediram a seus familiares que não as rejeitem.
“Fazemos um apelo a todos os nigerianos, incluindo as famílias e as comunidades locais das jovens libertadas, para que as integrem completamente e lhes proporcionem o apoio necessário para assegurar sua reintegração na sociedade”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.
O líder de Boko Haram, Abubakar Shekau, tinha jurado que ia vender as meninas como escravas sexuais ou forçá-las a se casar com seus lutadores.
Membros do pessoal do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que oferece serviços sanitários às mulheres, estão ajudando as jovens com assistência psicossocial.
A Anistia Internacional também pediu às autoridades nigerianas que dessem um apoio psicológico adequado às jovens libertadas, em vez da tradicional investigação militar.
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