Sobe para três o número de mortos em desabamento na Soledade


Subiu para três o número de mortos no desabamento de parte de um casarão que atingiu uma casa na Ladeira da Soledade, no Centro Histórico de Salvador, na noite desta segunda-feira, 24. De acordo com a Superintendência de Telecomunicações (Stelecom), José Prostero Deminco, 73 anos, e os filhos Paulo Carreiro Deminco, 43 anos, e Ana Carreiro Deminco, 37 anos, morreram no local.

Simone Deminco Rufinagueli, 42 anos, e o filho dela, Ruan Deminco Rufinagueli, foram resgatados e levados feridos para o Hospital Geral do Estado (HGE), na avenida Vasco da Gama. A mulher já recebeu alta médica e retornou ao local do acidente nesta manhã.

Em estado de choque, Simone contou que o pai e os irmãos estavam assistindo TV quando houve o desabamento. "Estavam todos no fundo da casa e eu vim ensinar meu filho. Foi na hora que aconteceu. Se eu tivesse ficado mais um minuto, também teria morrido", explicou. De acordo com ela, o filho continua internado, mas não corre risco de morte.


Vizinha da família Deminco, Adriana Trindade contou que estava em casa quando ouviu um barulho e em seguida os gritos de socorro. "Quando abri a janela, só vi a poeira. Comecei a gritar para que os outros vizinhos fossem tirar a criança e a mãe", disse ela, explicando que eles foram socorridos pelos moradores.

O resgate das vítimas durou toda madrugada, sendo encerrado às 4h35 pelo Corpo de Bombeiros. Apesar de finalizado, parte da ladeira ainda está interditada para o trânsito de veículos. Muitos curiosos e vizinhos acompanham o trabalho da Defesa Civil.

O imóvel, que fica lado do Colégio Carneiro Ribeiro, desabou por volta das 22 horas. Vizinhos disseram que ouviram uma explosão antes de parte do casarão desabar, o que não foi confirmado por fontes oficiais.

Por conta do desabamento, um outro imóvel do lado do casarão também está sendo inspecionado, uma vez que existe risco de um novo acidente.

O diretor da Defesa Civil, Gustavo Ferraz, disse em entrevista à TV Record que a ocorrência foi provocada por uma tentativa de construção no casarão ao lado do imóvel onde a família residia. "Houve uma sobrecarga e o telhado (do casarão) desabou em cima do outro imóvel", disse.

Ferraz explicou que era usada Eternit no telhado, material considerado impróprio. "Era um imóvel tombado e deveria seguir o padrão. Inclusive, essa construção já tinha sido objeto de denúncia desse senhor (José Prospero) que morreu".


Situação confirmada também por Simone, que contou que há várias queixas contra o proprietário do casarão. "Isso não é de agora. Ele sabia e agora está foragido", afirmou. A vizinha Adriana Trindade falou também que o casarão estava em condições precárias: "Estava abandonado e sem manutenção".

O diretor contou que o proprietário do imóvel antigo que desabou "agiu de forma totalmente irresponsável. Familiares (das vítimas) prestaram queixa na polícia e ele está foragido".


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